Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Campus Maracanã, 18-19 de abril de 2024
Inscrições e transmissão: Clique aqui para se inscrever no evento (via Zoom ou presencial). Haverá ainda transmissão online via YouTube (clique aqui)
As políticas de internacionalização da ciência desenvolvidas pelo Brasil ao longo das últimas décadas foram responsáveis pela inserção de milhares de pesquisadores brasileiros no exterior. Esses investimentos, que incluíram ambiciosos programas de bolsas no exterior, participaram de estratégias do Estado brasileiro para consolidação do seu sistema nacional de CT&I através da qualificação internacional de seus pesquisadores. Contudo, ao mesmo tempo em que grande parte desses bolsistas retornaram ao país após sua formação, um grande número se estabeleceu em universidades, instituições de pesquisa e no setor de inovação social e tecnológica em diversos lugares do mundo. O não retorno desses profissionais tem gerado um intenso debate sobre a necessidade de políticas de fixação frente ao que ficou historicamente conhecido como fuga de cérebros. Dentro dessa perspectiva, a permanência no exterior tem sido percebida como um fenômeno deletério à ciência brasileira e a ser combatido com a obrigação do retorno de ex-bolsistas.
Mais recentemente, diante da dificuldade de absorção da grande quantidade de doutores no Brasil, aliado às transformações nos debates internacionais a respeito do tema, temos percebido movimentos de transformação dessa perspectiva junto às agências de Estado brasileiras. Progressivamente, reconhece-se que, juntamente com as necessárias políticas de fixação no Brasil de doutores formados no exterior, é estratégico o desenvolvimento de ações de engajamento do país com o que tem sido chamado de diáspora científica. Esta mudança de paradigma está baseada em uma vasta literatura no campo da política científica que, a partir da análise de política implementadas por diferentes países ao longo das últimas três décadas, tem demonstrado como as diásporas científicas podem ser aliadas para uma robusta presença global das ciências nacionais. Não à toa, muitos são os países que, ao longo das últimas décadas, têm apostado, de diferentes modos e com diferentes taxas de sucesso, na construção de políticas transnacionais ativas com sua diáspora como estratégia de consolidação de seu sistema nacional de CT&I.
No Brasil, esse debate ainda é tímido e os mecanismos existentes para promoção dessa perspectiva são escassos. Por isso, esse colóquio visa a promover o debate sobre o papel da diáspora científica brasileira na construção de uma agenda arrojada de internacionalização da nossa ciência. Ele se dedica a um assunto complexo na medida em que se propõe a pensar de modo articulado dois temas que foram por muito tempo abordados como antagônicos: as políticas de fixação de doutores formados no exterior e as políticas de engajamento com pesquisadores brasileiros estabelecidos no exterior. A conferência reunirá pesquisadores do tema, membros da diáspora científica, bem como especialistas e formuladores de políticas afiliados a agências e fundações de apoio à pesquisa de diferentes países. Esperamos que este evento incentive diálogos frutuosos e aponte para oportunidades concretas com o intuito de pensarmos caminhos possíveis para uma arrojada diplomacia científica que beneficie o sistema nacional de CT&I através de uma nova presença global da ciência brasileira.
Local do evento
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Campus Maracanã, Auditório da Reitoria
Endereço: Campus Francisco Negrão de Lima – Pavilhão João Lyra Filho, R. São Francisco Xavier, 524, andar térreo, Bloco F – Bairro Maracanã, Rio de Janeiro, RJ.
Programa (convidados confirmados)
18 de abril
9h-10h – Mesa de abertura
10h-12h – Mesa 1 – Da fuga de cérebros às redes científicas globais: transformações teóricas e práticas
Ana Maria Carneiro (Unicamp), Lucas Luchilo (UNICABA), Kleinsy Bonilla (Organization of Women in Science for the Developing World), Rui Oppermann (CAPES)
Coordenação: Claudio Costa Pinheiro (UFRJ)
12h-13h30 – Almoço
13h30-15h30 – Mesa 2 – Novos fluxos de recursos e formação de capacidades científicas entre Norte e Sul Global
Leonardo Francisco de Azevedo (UFRJ-MN), Sofia Daher (CGEE), Marlon José (CNPq), Charlotte Grawitz (Euraxess)
Coordenação: Vinicius Kauê Ferreira (UERJ)
15h30-16h00 – Coffee break
16h00 – 18h00 – Mesa 3 – Diplomacia Científica e Internacionalização
Janina Onuki (USP), Mayra Jurua Gomes de Oliveira (CGEE), Euclides de Mesquita Neto (FAPESP e Global Research Council)
Coordenação: Poliana Coeli Costa Arantes (UERJ)
19 de abril
10h-12h – Mesa 4 – A diáspora como parceria estratégica nas políticas de inovação
Hebe Vessuri (Instituto Venezolano de Investigaciones Científicas), Rafael Polidoro (SciBR, Universidade de Indiana), Julia Salles (Universidade de Montréal), María del Pilar Ramírez Gröbli (Asociación Colombiana de Investigadores en Suiza)
Coordenação: Ana Maria Gimenez (Unicamp)
12h-13h30 – Almoço
13h30-15h30 – Mesa 5 – Colaborações Brasil-Québec e a Francofonia
Francisco Loiola (Université de Montréal), Amabilly Bonacina (Université de Montréal), Kelly Russo (UERJ), Philippe Turcot (Ministère des Relations Internationales et de la Francophonie)
Coordenação: Pedro Magalhães (UERJ)
15h30-16h00 – Coffee break
16h00-18h00 – Mesa 6 – Colaborações Brasil-Estados Unidos
Eliseu de Oliveira (CEO na LifeScius, Inc, EUA), Paul Amar (UCSB), Luiz Loureiro (Fulbright Foundation), Alvaro Lima (Instituto Diáspora Brasil)
Coordenação: Cristina Caldas (Instituto Serrapilheira)
18h00 – Encerramento
O evento contará também com a exposição Dançando a terra, dançando o corpo, organizada por Déborah Maia de Lima (McGill University, Canadá).
Mais informações aqui
Organização
Coordenação científica
Vinicius Kauê Ferreira (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil)
Julia Salles (Universidade de Montréal, Canadá)
Francisco Loiola (Universidade de Montréal, Canadá)
Ana Maria Carneiro (Universidade Estadual de Campinas, Brasil)
Amabilly Bonacina (Universidade de Montréal, Canadá)
Leonardo Francisco Azevedo (Universidade Federal do Rio de Janeiro – MN, Brasil)
Instituições organizadoras
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Universidade de Montréal (UdeM)
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
South-South Exchange Programme for the Research on the History of Development (SEPHIS)
Instituições parceiras
Brasileiros pelo Avanço da Internacionalização do Conhecimento (BRAIN)
Núcleo de Vivências Ex-Bolsistas Brasileiros no Exterior
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ
Apoio
Ministère des Relations Internationales et de la Francophonie du Québec
Instituto Serrapilheira
Orfalea Center – University of California, Santa Barbara
Diretoria de Cooperação Internacional da UERJ